INCOERÊNCIA A METRO

Cinco meses depois de se ter demitido, Carlos Ferreira foi novamente nomeado vogal não executivo do Conselho de Administração da Metro Mondego.

Em junho, na sua carta de demissão, o nomeado afirmou que sentia que a existência da Metro Mondego deixava de ter qualquer importância para o Governo, “não sendo, portanto, necessário ao país continuar a gastar alguns dos seus escassos recursos com o pagamento a administradores”.

Tratou-se de uma demissão compreensível e que só pecou por tardia, tendo em conta que em 2011, em plena campanha eleitoral, o agora Primeiro-Ministro comprometeu-se a reactivar a linha da Lousã, e que, em Janeiro de 2012, o Secretário de Estado e o ministro da Economia comprometeram-se a executar o projecto, através de um sistema de transporte público sobre carris, o que não foi cumprido, enganando sucessivamente as populações afectadas.

Tudo palavras vãs e o que temos até hoje é uma “mão cheia de nada”. O Governo não avançou nem um milímetro no projecto e a verba inscrita no Orçamento de Estado (2 milhões de euros) apenas chegará para despesas correntes da Sociedade, incluindo o pagamento a Administradores que o nomeado há pouco meses tanto criticou.

Estranha-se por isso a atitude incoerente de Carlos Ferreira ao aceitar novamente a nomeação quando nada mudou nos últimos meses. Será que vai finalmente recusar o vencimento enquanto Administrador? Ou será que vai entregar os proveitos que daí retirar a uma instituição de caridade? Ou continuará mais preocupado em garantir os rendimentos de mais um lugar de nomeação política, enquanto finge estar ao lado da luta da população contra as decisões de que foi e continuará a ser parte, nos destinos do Metro Mondego?